sexta-feira, 10 de outubro de 2014
Assinar:
Postagens (Atom)
Ler e ver sobre o erotismo é um blog para pessoas desinibidas que apreciam a arte pelo erotismo. Enjoy it Yourself!
Acredita, não há mulheres frias!
Se por elas tens um lamento,
É porque não mereces o que querias.
A tua amada é um ser inato quente,
Em que não soubeste ter o que te deu,
E por mais que se lamente,
Tu não passas de um camafeu!
Se não te esforças por satisfazê-la,
Porque só em ti tens o pensar,
Há que saber como a alegrar,
Fazer o possível por percebê-la,
Dispensar-lhes as mordomias,
Dar-lhe todas as honrarias.
Autor
José António Paiva
Sande (Vila Nova), 12 Abril 2007.
Que a natureza nos prendou,
Quem foi o grande Ser,
Que tão esbelta criatura criou?
Conta a história nos seus anais,
Que foi o Divino quem o homem criou,
Depois de criar todos os demais,
Do homem a mulher lhe retirou!
Oh, não imaginais como perturbas meu ser,
Quando com teus doces olhos me mirais,
Fulminas-me como fosse desfalecer!
Da profundeza do meu entender,
Com toda a minha força até jamais,
Quero-te sentir, inspirar, absorver!
Autor
José António Paiva
Caldas das Taipas, 25 Fevereiro 2006
Com que o criador nos obsequiou!
Qual foi o tão vislumbre disforme,
Que tão encantador sentimento criou?
Contam as fábulas nas suas gestas,
Que Cupido ao homem armadilhou,
Com suas enfeitiçadas setas,
O homem à mulher aprisionou!
Oh! Quando pelo meu amor fico prendido,
Sinto-me perdidamente desfalecer,
Se ao meu benquisto eternamente ficar unido!
Fulminas-me com todo o teu ser,
Com toda a tua força fico cativado,
Na profundeza do meu apreender!
Autor
José António Paiva
Caldas das Taipas, 27 de Março de 2006
A primeira vez que para ti olhei,
Já nem sei bem o que senti,
Nem imaginas como fiquei,
Logo ali bem amarrado por ti!
Se foi amor ou se foi paixão,
O que estava a sofrer logo ali,
Com nostalgia recordo um clarão,
Que depressa me arrebatou para ti!
Se amor é sentir, é tudo querer,
E nem sequer sabia o que era paixão,
Então do que pareci, foi-te pretender,
Fulminado pelo amor em estremeção!
Foi ardor, foi sofrer, foi não dormir,
Dias e noites sem parar pesaroso,
Teu corpo bem junto de mim a vir,
Teu muito belo rosto a imaginar, saudoso!
Recordo ainda com muita nostalgia,
Bem podes crer minha grande paixão,
Aquele primeiro dia que com magia,
Cupido a ti me enlaçou com seu farpão!
Para sempre me insuflaste teu sorrir deliciado,
Com o teu sublime olhar de leoa maliciosa,
Fiquei a ser o teu Príncipe encantado!
Agora, nas sublimes noites de luar,
Sendo o teu Príncipe encantado,
Sinto um ardor de mim apoderar,
Fico até demais, com o coração apertado!
Amor! Estando no teu dédalo enfeitiçado
Desde que naquele dia me aprisionaste,
Sinto que o meu fervor para contigo é dado,
É para jamais! É para a eternidade, até que baste!
Autor
José António Paiva
Caldas das Taipas, 16 Fevereiro 2006
Neste mundo tão impuro e terrível,
Quer acredites quer não em teu devir,
Não há qualquer sentimento possível,
Nem palavras que possam exprimir,
O amor que no meu sentir entra crível,
Me está o fundo da alma a reprimir!
Acredita com toda a minha lealdade,
Penso que ando apaixonado demais,
Não concebes quanto te quero de verdade,
Tudo o que te amo não enxergais,
Só tu és o meu néctar de realidade,
Toda a minha razão de viver aos ais!
Sinto-me perdido na minha grande paixão,
Como se no mar alto estivesse a naufragar!
Com toda a sinceridade, meu amor do coração,
O meu afecto por ti inebria-me o pensar,
É como o firmamento, entra-me em cachão,
Soberbo e belo sente-se que jamais irá terminar!
Autor
José António Paiva
Sande, Vila Nova, 14 de Julho de 2007
Muito me custando manifestar justamente,
Com a minha subtil sabedoria entorpecida,
Cá longe, onde enxergo o meu amor ardente,
Unindo-me à coragem e perseverança perdida,
Venho imperceptível eclodir, demente,
O que por ti assaz, sinto na vida, sinceramente…
É um acerbo em meus lábios a divisar,
Por todo o corpo a percorrer um arrepio,
Contra o meu ser um estrépito a gritar,
A experimentar quente e frio um calafrio.
Pois agora apesar de longe e separados,
Sinto que estamos muito mais amparados.
Que nos amamos muito mais…
Do que quando em tempos já idos,
Estávamos juntos vivendo aos ais,
E que há muito foram esquecidos!
Aqui és o sol que me aquece a alma,
Anima todo meu ser e me acalma!
Autor
José António Paiva
Sande, Vila Nova, 14 de Julho de 2007
Recordas meu amor esse tempo infindável,
Em que muito juntos os nossos corpos brotados,
Não sofriam nenhum contratempo execrável,
E a vida nos corria em sussurros murmurados?
Não te vem ao pensamento esses tempos já idos,
Aquelas tardes e noites que nossas almas juntas,
Sem quaisquer remorsos ou reveses sofridos,
A mim te abrias e a vida corria sem perguntas?
Lembras-te das luminosas manhãs de poesia,
Em que com todo meu amor te compunha glosas,
Que depois inspirado tas declarava com galhardia,
Porque delas gostavas muito mais que as prosas?
É assim que com muita penosa nostalgia,
E que, com a insónia destas noites, pávido,
Para juntar ao nosso amor a perdida magia,
O ensejo que possas a mim afluir, sofro, ávido!
Autor
José António Paiva
Sande (Vila Nova), 19 de Julho de 2007
Nem imaginais ou conseguis cuidar,
Como esta vida me faz angustiar,
Ensombra-me o pensamento com a dor,
Faz-me sentir em desespero de amor,
E por dentro me põe todo em ardor!
Que sentimento de fracasso me vem,
Quando não me correspondem,
Com aquilo que pretendo confiar,
Sentindo por todo o meu ser a trilhar,
Algo que brutalmente me está a enlaçar!
É uma sensação de revolta indigna,
Com a afecção da náusea maligna,
Que vem do sofrimento pungido,
Da saudade do tempo perdido,
Com a iminência da morte garantido!
Porque não foi o amor correspondido,
É amargo ter de me ausentar assim da vida!
Cáspite! Ter de me retirar com esta supliciada,
Estranha ânsia do absoluto assinalada!
José António Paiva
Sande (Vila Nova), 19 de Julho de 2007