segunda-feira, 4 de fevereiro de 2008

O amor e o sexo como formas de arte


O amor e o sexo serão formas de arte? Se o são, exigem então imaginação, conhecimento, experiência e tudo isso só se alcança com esforço. O amor é uma das sensações muito agradáveis de sentir prazer com o sexo. O sexo e todo o ritual sexual, já existiam muito antes do amor e, tal como os outros animais o faziam então, e o fazem actualmente, os nossos antepassados não praticavam sexo com o intuito de amar. Faziam-no apenas para exteriorizar a sua agressividade latente de sobrevivência e impor as regras do mais forte, sendo que, de uma forma subreptícia, a natureza servia-se dessa característica para procriar a sua espécie, como o faziam e ainda o fazem todos os outros seres vivos.Os nossos remotos antepassados não retiravam do sexo o prazer que nós actualmente retiramos, com todos os rituais de agrado que usamos para ter mais gozo e deleite com o sexo. Tinham de o fazer rapidamente e não havia nem preâmbulos nem rituais de namoro. Se os nossos antepassados se atrasassem com o acto sexual, o que lhes podia naturalmente acontecer, era serem atacados por um qualquer predador que os apanhasse distraídos. Os prazeres do sexo só apareceram, ou começaram a ser utilizados pelos nossos antepassados muito mais tarde, quando nos tornámos seres sedentários. Então como já subjugávamos os outros animais, em especial os grandes predadores, porque aprenderamos a dominar e a utilizar o fogo e
já tínhamos inventado as ferramentas e as armas de defesa, começámos, porque já tínhamos mais tempo para tal, a tirar satisfação do acto sexual, inventando rituais cada vez mais sofisticados para daí retirar o maior prazer. Não são só os animais que praticam o sexo para procriar, todos os seres vivos fazem-no directa ou indirectamente. Mas fazer sexo com amor, no sentido que actualmente damos à aliança do sexo com o prazer de amar, só o ser humano tem disso um sentimento nobre, criando para tal regras morais, todas estas muito ligadas à religião, pois foi esta a primeira forma de organizar com normas e leis a sociedade do ser humano, como entidade dotada do espírito de grupo civilizacional. Foi com a religião que se criaram as leis e os tabus que ainda hoje regem a nossa conduta sexual, em especial no mundo ocidental, que herdou do judaísmo, do cristianismo e do islamismo a sua conduta mais conservadora, expressada esta última pelo seu extremo recalcamento sexual da mulher. Vejam-se as regras que lhes são impostas pela lei islâmica,  como o uso de vestuário recatado, a utilização do véu para cobrir a cabeça, tapar o rosto com burcas e, a aberração das aberrações, as mutilações do corpo de que são alvo como a excisão dos órgãos genitias e os tratamentos de justiça moral a que são sujeitas, como o apedrejamento ou lapidação no caso de desviarem-se das regras estabelecidas pela religião alcorânica. No oriente com as religiões politeístas tal não aconteceu. Os orientais foram a são ainda muito liberais no que diz respeito às suas condutas sexuais e daí grandes obras e tratados sobre sexo, como por exemplo o kamasutra, o sexo tântrico e a massagem erótica tailandesa. São mesmo os orientais quem menos reprime
a homossexualidade e a bissexualidade tanto a feminina como a masculina considerando-a como uma atitude natural, (na natureza existem muitas espécies animais que têm práticas homossexuais e bissexuais pelo que o ser humano não seria uma excepção).  Existem mesmo culturas em muitas ilhas da Polinésia em que a prática homossexual entre um jovem e um adulto é salutar, para que aqueles atinjam a sua maturidade sexual  e sejam considerados adultos. Receber o sémen de um guerreiro para um jovem polinésio é uma honra e tal é considerado uma elevação na escala social! Neste caso pratica-se a sodomia como forma de arte para tornar mais fortes e mais guerreiros os jovens adolescentes pois nessas culturas consideram que a penetração  anal de um guerreiro mais velho e viril os transformará num igual entre eles tornando-o também forte. É tudo uma questão de cultura. Assim enquanto a homossexualidade no ocidente foi, e ainda o é pelo menos moralmente reprimida e condenada, em alguns casos até o foi com a pena de morte, (veja-se o que aconteceu no século passado com a perseguição pelo regime nazi na Alemanha aos homossexuais), no oriente tal prática foi e é ainda considerada como uma questão natural, tendo até sido praticada em muitos templos budistas. (desconheço se tal
costume ainda nos dias de hoje continua a ser praticado). No entanto, apesar de algumas aberrações desviantes do seu caminho natural, apesar do sexo em grupo e as trocas de casais serem prática usual dos nossos antepassado, (considero neste caso, no atual contexto civilizacional  aberrante a pedofilia, o fetichismo, o sadomasoquismo, o sexo de adolescentes com mais velhos). Na sua escala evolucionária, o ser humano saiu lentamente da sua situação selvagem e ao tornar-se civilizado, inventou o amor para o ligar ao sexo. Daí, hoje, quando queremos dar expansão aos nossos estímulos sexuais mais íntimos, não dizemos, “vamos fazer sexo”, mas dizemos com muito carinho e diplomacia, isso sim, “anda querida, vamos fazer amor”! Mas quando dizemos que estamos apaixonados o que está subjacente a essa paixão? O sexo ou o amor? Não passará tudo isto por ser uma questão hormonal? Se é de hormonas, (um produto químico), de que se alimenta o
o nosso cérebro, então este não passa de um órgão com uma matéria-prima à base de carbono, que processa informação e precisa de produtos químicos para sobreviver, e por interacção fazer sobreviver o corpo que o alimenta. É pois no cérebro que está alojada a nossa alma e é no cérebro que está o nosso consciente e o nosso inconsciente. O consciente é aquilo que nos fazem querer ser, que a sociedade exige que sejamos, pelo que, é através do consciente que demonstramos à sociedade o que queremos ser, mas não o que somos, pois isso está recalcado no nosso inconsciente. Aqui está o que realmente somos. Se somos tarados, pervertidos sexuais, assassinos, bandidos ou ladrões, somo-lo no nosso inconsciente, mas na sociedade, enquanto houver equilíbrio entre o consciente e o inconsciente, se aquele o conseguir dominar, comportamo-nos muito bem em grupo, porque é o nosso consciente que está a actuar e a dominar. Mas quando a questão hormonal se interpõe então tudo muda de figura! Quando somos jovens, a melhor idade para procriar, então as nossas hormonas estão ao máximo pelo que o nosso inconsciente “salta” da sua “toca” e faz-nos fazer os maiores disparates! Dizemos nesses momentos que estamos apaixonados, e se não somos correspondidos, aí é o cabo dos trabalhos! Mas isso é tema para outro artigo pois este já vai longo.

José António Paiva.
Sande, Vila Nova
Guimarães
04 Fevereiro de 2008

sexta-feira, 1 de fevereiro de 2008

Acto de amor

No seu rosto procuro,
Numa noite fria,
No meu leito a tomo,
Seus lábios quentes,
De seu rosto a alvura.

Sua boca num desejo,
Seus lábios lhe beijo,
Seus lóbulos mordisco,
Em suas orelhas arrisco,
Um sussurro lendo.

Seu nariz acaricio,
Em seu rosto macio,
Seus seios percorro,
Em busca de socorro,
Túmidos lhes tacteio.

Em suas mãos vagueio,
Meus dedos desnudos,
Entre eles me enlaceio,
Meus ouvidos surdos,
Meus lábios desmudos.

Com meu mango tenso,
O seu vulcão busco,
Em sua toca denso,
Penetro escondo,
Na fonte do Graal procuro.

Para o sémen verter,
No cálice sagrado,
O mango espreme,
O suco se recolhe,
Com todo o prazer.

A nos ser dado,
Até ficarmos prostrados,
Para serem gerados,
As flores do amor,
Como um fruto a crescer.

No seu alvor,
Quando as flores caírem,
O fruto se vai colher,
Do vente sagrado,
O pomo do amor,
O filho desejado.

Autor
José António Paiva
Sande, Vila Nova, 01 Fevereiro 2008

Sexo é bom

Sexo é bom! É mesmo muito bom!
Se for com amor é muito melhor,
Se for de missionário é lícito com tom,
Se for bocal é genuíno e sem dor,
Se for vaginal é natural com som,
Se for anal é sodomia e lúbrico de ardor,
Se for de sessenta e nove é de fazer o pino,
Se for com prazer só gemia mas é de suíno!

Amor! Grande amor da minha vida,
Agora comia-te toda numa rodinha,
Até ficarmos num único ser apegada,
Permanecendo amarrada aqui só minha,
Unidos e atados numa de prazer pegada.
Até à exaustão serás amada na minha caminha.
Amo-te tanto, tanto, que quero acreditar,
Que a ti vou ficar unido sem nunca terminar!

Ai! Como me unia abraçando-te numa grande orgia,
Para curtir a nossa sentida devassidão,
Com uma grande chama ardente de magia,
Que me faz estremecer o corpo e o coração,
Sentindo os orgasmos intrépidos de feitiçaria,
Gemer com o caminhar dos estrépitos de emoção,
Trepar das profundezas do inferno poder sair,
Num sentimento de amor até o paraíso atingir!

Autor
José António Paiva
Vila Nova de Sande, 01 Fevereiro 2008